Quem me dera que eu fosse o pó da estrada E que os pés dos pobres me estivessem pisando...
Quem me dera que eu fosse os rios que correm E que as lavadeiras estivessem à minha beira...
Quem me dera que eu fosse os choupos à margem do rio E tivesse só o céu por cima e a água por baixo...
Quem me dera que eu fosse o burro do moleiro E que ele me batesse e me estimasse...
Antes isso que ser o que atravessa a vida Olhando para trás de si e tendo pena...
Alberto Caeiro
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É, quem me derá ser o pó da estrada!
ResponderExcluirpercorrer todos os caminhos entre teus passos
ser feito do nada de onde surge o tudo *.*
Lembre-se do pó se fez o verbo e o verbo se fez carne
Estrela