Feliz - e único feliz - é quem pode dizer que o Hoje lhe pertence. Quem confiante, pode dizer, Ó amanhã, podes ser negro, pois vivi o dia de Hoje.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O voluntariado Hoje



Celebra-se em Dezembro o Dia Internacional do Voluntariado.
Como acontece com todos os dias internacionais ou mundiais, a sua criação destina-se a sensibilizar as populações para algum objectivo. Neste caso para uma crescente intervenção cívica e para a dimensão social e solidária da vida nas comunidades humanas, num mundo que cada vez mais agrava as desigualdades entre pessoas, regiões, etnias e países.
Ainda no passado fim-de-semana largas dezenas de milhares de pessoas, de diferentes idades e condições sociais, uniram-se num projecto do Banco Alimentar para recolher, em todo o país, algumas toneladas de alimentos que serão agora canalizados para famílias carenciadas através das instituições de solidariedade social que fazem este trabalho.
O serviço voluntário não deveria ser encarado como uma espécie de moda, mas é o que parece. Só que tem um problema. Assim como para cantar o fado nem toda a gente serve, sendo necessária uma vocação, também o simples facto de o serviço ser de carácter voluntário, logo não remunerado, não significa que qualquer pessoa sirva para o executar. É preciso que a pessoa disponha de um determinado perfil, que nem sempre é fácil encontrar.
Antes de tudo há uma coisa básica que qualquer voluntário, em qualquer serviço necessita demonstrar: compromisso. Não é possível desempenhar funções em voluntariado se não houver verdadeiro compromisso. E esse compromisso começa por se reflectir na assiduidade. O facto de o serviço não ser remunerado não é razão para faltar frequentemente sem motivo válido, e mais grave, muitas vezes sem avisar.
Uma outra vertente essencial do compromisso é a capacidade e disposição para o desempenho de funções no estrito respeito pelas normas estabelecidas. Quem age ao arrepio do estabelecido demonstra não ter espírito de voluntário. Quem, na vida profissional, apenas cumpre as normas para não perder o emprego, não serve para o voluntariado. O mesmo se pode dizer em relação ao reconhecimento e respeito pelo devido enquadramento da sua actividade e pela liderança a que está sujeito.
A Lei n.º 71/98 (art. 5º.) afirma que “o Estado reconhece o valor social do voluntariado como expressão do exercício livre de uma cidadania activa e solidária e promove e garante a sua autonomia e pluralismo.”
Também será bom não esquecer que há tipos de serviço voluntário que exigem características e competências pessoais muito específicas.
Por tudo isto, e à luz de uma previsível massificação do voluntariado, deve recordar-se que não é voluntário quem quer, mas quem pode, isto é, quem tem vocação para tal.

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